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PALESTRAS E ENCONTROS

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sábado, 29 de novembro de 2008

DEUS FAZ ALIANÇA COM O POVO


DA ESCRAVIDÃO À LIBERDADE
Por volta de 1250 a.C., os hebreus estavam em plena escravidão no Egito (leiam Ex 5,6-9). Javé, o Deus de Abraão, ouviu o clamor desse povo e enviou Moisés para liderar a luta do pela libertação (Ex 3,1-10).
Não foi fácil a saída. O Faraó não queria dar liberdade aos hebreus. Ao povo também custava muito acreditar em Moisés e enfrentar o Faraó (Ex 5,4-5; 6,10-12). Só depois de muita resistência os hebreus pegaram a estrada em busca da Terra Prometida.

ALIANÇA: CAMINHO DA LIBERTAÇÃO
Livres, os hebreus quiseram organizar sua nova vida. Esta não seria como no Egito, na opressão e desigualdade, mas sim de acordo com a vontade de Javé (Ex 19,1-8). Uma vontade muito exigente!
Deus quer vida e bem-estar para todos, não só para alguns privilegiados. A vontade de Deus é que o povo viva na justiça e na igualdade, sem violência e sem opressão.
O povo não queria mais viver sem a benção de Javé, o Deus libertador. Sabia que a vida sem Javé era pura escravidão! Antes de Javé chamar a liberdade, o povo hebreu vivia alienado. Com Javé assumia sua própria história. A Aliança nasceu da experiência de libertação.
“Estarei no meio de vocês e nunca mais os rejeitarei! Serei o Deus de vocês, e vocês serão o meu povo” (Lv 26,12)
Na Bíblia, Aliança é o acordo feito entre Javé e o povo hebreu. Deus se compromete a estar sempre no meio do povo. O povo se compromete a caminhar de acordo com a vontade de Deus.
Quando a Aliança é lembrada, Deus ganha o povo e o povo ganha a liberdade. Quando a aliança é esquecida, Deus perde o povo e o povo perde a liberdade. Mas nunca perde a Deus, pois Ele se dá gratuitamente e sempre.

LEI: CHAVE DA LIBERTAÇÃO
Freqüentemente vemos leis que ajudam a oprimir o povo. Quem cria as leis injustas são certos governantes e algumas pessoas da elite econômica, com o objetivo de defender seus privilégios pessoais. Elas não levam à libertação de ninguém.
A lei do povo de Deus não nasceu assim. Ela surgiu de um povo de escravos, de gente humilde que enfrentou os poderosos e confiou somente na força de Deus. Com a lei, o povo queria garantir os direitos de cada pessoa... até dos animaizinhos do campo (Dt 22,6-7!
A lei do povo de Deus tem como objetivo:
· defender a liberdade tão duramente conquistada;
· organizar a vida do povo na justiça e na igualdade;
· anunciar ao mundo todo, pelo testemunho de vida do povo, que Deus é Libertador;
· ensinar o povo a praticar o amor a Deus e ao próximo.

LEI: ESCOLA DA VIDA
Toda lei tem a função de ensinar, ou seja, é pedagógica. A lei de Deus ensina o povo a andar no caminho que leva à libertação.
Quando dizemos: “não mate”(Ex 20,13), não estamos apenas proibindo um ato. Estamos ensinando que uma pessoa não tem o direito de tirar o vida de outra. Também ensinamos que é preciso zelar pela vida do outro como da nossa e que a vida é preciosa aos olhos de Deus.
O apóstolo Paulo explicou o papel da lei na Carta aos Gálatas (3,23-24;4,1-7).
A lei é como a professora que ensina o aluno a ler. Enquanto o aluno aprende, a professora fica ao lado corrigindo os erros.
Em certo moment, o aluno já aprendeu tão bem que não precisa mais da professora. Deixa de ser aluno. A maior felicidade da professora é ver seus ex-alunos se virando sozinho e até ensinando a outros.
Por isso, vemos que muitos aspectos da lei do AT, já não servem para nós, hoje. Elas deram a lição, o povo aprendeu e não precisou mais delas.
Um exemplo é a lei do “olho por olho”: não cobrar de volta mais do que foi perdido (Dt 19,21). Os povos antigos cobravam sete por um (Gn 4,24)! Na época do AT, a lei do “olho por olho” serviu para impedir o povo de se auto-destruir pelas vinganças mútuas. Na época de Jesus, essa lei já estava superada (Mt 5,38-42).

OS MANDAMENTOS
O povo queria aprender a viver na justiça de Javé. Por isso elaborou as leis que encontramos hoje na Bíblia, especialmente no Pentateuco (ver 2o. encontro: CONHECENDO A BÍBLIA).
A Bíblia diz que o próprio Deus proclamou as palavras da lei (Ex 20,1). Foi o jeito que o povo encontrou para afirmar que a lei era sagrada. Não era uma lei qualquer! Dela dependia a liberdade e a sobrevivência do povo!
A lei da Aliança é sagrada não só porque se refere à vida religiosa. As leis bíblicas se preocupam com o cotidiano do povo, com situações familiares, políticas e sociais. Elas objetivam melhorar a vida do povo e não estabelecer meras obrigações de devoção.
É sagrada toda lei que promove a verdadeira justiça, defende a vida e ensina o povo a caminhar com Deus.
Entre as várias leis do AT, há um pequeno grupo que se destaca. Para a Igreja, elas formam um resumo do ensinamento do AT e sinal da eterna Aliança entre Deus e a humanidade. Sào os mandamentos.
Na Bíblia, temos os mandamentos tais como o povo daquela época viveu e ensinou de geração em geração. Vejam em Ex 20,1-17 e Dt 5,1-21.
A assinatura do autor dos mandamentos, em vez de estar no fim, está no começo (Ex 20,2; Dt 5,6):
“Eu sou Javé, seu Deus que fiz você sair da terra do Egito, da casa da escravidão”.
Essa frase é a chave para ler, entender e praticar corretamente os mandamentos.

MANDAMENTOS: DESAFIO CATEQUÉTICO
Os mandamentos não são:
· freios para conter a rebeldia do catequizando ou para causar medo às crianças;
· um dado arqueológico que serve apenas para explicar fatos do passado;
· uma régua para medir a santidade nossa ou dos outros.
Mandamentos são:
· estrada rumo à libertação e à vida em plenitude;
· proposta de vida pessoal e social;
· sinal da Aliança entre Deus e seu povo, que somos nós;
· instrumento pedagógico na educação da fé.
Os mandamentos visam a liberdade do ser humano para a glória de Deus. Não é possível falar dos mandamentos na catequese sem o princípio da interação fé-vida, que promove a participação, o diaálogo e o amadurecimento do catequizando pela escuta da Palavra de Deus.


Fonte: Folheto Ecoando 5 - formação interativa com catequistas - Editora Paulus

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